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Escalando o Monte Fuji: abaixo de mau tempo

De mãos dadas escalando o Monte Fuji

Destino #13

                                                                 

A subida do Monte Fuji é dividida por 10 estações demarcadas com placas e 4 trilhas oficiais. Yoshida (amarela), Fujinomiya (azul), Gotemba (verde) e Subashiri (vermelha). A subida inicia da quinta estação e até lá é possível chegar de ônibus.

 

Reservamos dois dias para tentar subir o Monte Fuji. Ficamos em Fujinomya, neste hostel, uma noite. Como foi no início de Julho antes da temporada abrir oficialmente no dia 6, a única trilha aberta era a Yoshida. O primeiro dia chovia muito, sendo assim, resolvemos aguardar a possível melhora de tempo no segundo dia.

 

A previsão do tempo no Japão é que nem no Brasil, só acerta algumas horas antes, não tem como confiar.

 

Era uma terça-feira, chovia, e fazia frio, mas nós tínhamos marcado aquele dia para subir. Fizemos todos os preparativos no Hostel, muito bom por sinal, quando for lá fale com o Taro. Ali mesmo conhecemos o Peitza, um finlandês, que alterou seu planejamento para subir conosco, fizemos todo o percurso juntos.Saímos do Hostel após o almoço para começar a subida às 19h30, no anoitecer. Com o objetivo de alcançar o topo minutos antes do nascer do sol (às 4h20min), depois de uma longa e extenuante caminhada, como era previsto.

 

Depois de chegar na base do Monte Fuji, a 5ª estação, fizemos uma refeição leve (e caríssima).Em nossa única mochila, o Ezequiel carregava suplementos alimentares, barras de cereais, duas águas e uma muda nova de roupas para cada um. Em torno de 5Kg.A Gabi com uma lanterna de cabeça que iluminava bastante e o Ezequiel com uma de mão.

 

Sabíamos que ia ser uma longa caminhada e que as probabilidades de chuva eram altas e já confirmadas. 

Iniciamos a caminhada às 19h30, andamos a noite inteira, morro acima, neve coberta de terra em muitos trechos da trilha, frio intenso, vento forte.

 

Vento forte e frio: corta e dói.

 

Caminhávamos com a chuva fina constante que aos poucos ia molhando todas nossas roupas, mesmo com capas de chuva e jaquetas impermeáveis. As luvas iam encharcando e as mãos ficavam muito frias.

 

Passamos pela 6ª estação sem nem perceber que era uma estação. No caminho encontramos um australiano, o Franc, subindo sozinho.  Um novo amigo se juntou ao grupo. Éramos quatro agora.

 

Enfim alcançamos a 7ª estação, já muito cansados, perto da meia noite. Os 7 km que distam a base do topo parecem muito mais, pois a velocidade da caminhada é diminuída em função da grande dificuldade do percurso. Em alguns momentos nós precisávamos usar as mãos para literalmente escalar o Monte Fuji. Em outros momentos agarrávamos a corda que limita a trilha para pegar impulso e subir.

 

Largamos da 7ª estação para a 8ª. Aqui a gente já sente claramente a dificuldade pelo ar rarefeito. Soma-se a isso o frio, o vento, a noite, a pouca iluminação, as roupas encharcadas aumentando muito o peso que carregávamos para chegar até o topo. O efeito da altitude é muito pesado e a umidade da montanha é coisa de outro mundo. Mesmo levando tudo em sacos plásticos vedados, como é recomendado, nossa mochila e roupas extras ficaram encharcadas.

 

Quando chegamos na 8ª e penúltima estação, procuramos um lugar para dormir (descansar algumas horas), pois estávamos adiantados no horário e como o frio só aumentava com a subida, seria melhor esperar longe do cume. Não encontramos nenhum lugar disponível nessa estação.

 

Continuamos a caminhada para na próxima estação. Tínhamos 2 horas sobrando e não podíamos ficar congelando no topo durante esse tempo.

Chegamos no estação 8.5 e lá encontramos um local para ficar. Pagamos muito caro por uma hora e meia de cama, no chão, barulhento (uma pessoa deitada ao lado da outra) e com as roupas molhadas. Lá comemos um cup noodles por 10 dólares, o maior preço de um cup noodles já encontrado no mundo provavelmente. Nos trocamos para as poucas novas mudas de roupas que tínhamos na mochila (mesmo 

assim tudo estava úmido).

 

Às 4h da manhã, após sermos chamados pelo sino da homestay, todos levantamos para continuar a caminhada. E colocar aquelas roupas molhadas e geladas? Tivemos que encarar. A partir daqui o movimento da subida já era intenso. Grupos atrás de grupos. Muitos japoneses subindo naquele tempo. Meu deus, o que essa gente tem na cabeça? rsrs

 

Chegamos lá em cima, minutos antes do amanhecer, com todo o planejamento seguido a risca conseguimos chegar exatos 10 min antes do já (im)possível nascer do sol. Nos sentimos felizes por ter alcançado o topo e conseguido!

 

A sensação era de alívio e conquista.

 

No cume existe uma espécie de estalagem onde todos se encontram. Fomos para lá e tomamos água quente, isso mesmo, água quente para esquentar. Ficamos dentro da casa em torno de 10 min, pois lá estava fazendo uns 10 graus positivos. Era o paraíso!

 

Nesse momento a sensação térmica no topo era de -5ºC, fácil. No instante do nascer do sol todos saíram para fora da estação. E o que nos vimos lá de cima?

 

Nada!  Infelizmente a chuva fina continuava. Haviam muitas nuvens tapando tudo. Nós só percebemos que o sol havia nascido pela claridade trazida por ele. Não foi possível ver nenhuma paisagem.Optamos pela descida imediata, loucos para chegarmos em casa e tomar um banho quente. Descemos rápido. Como para baixo todo santo ajuda, em torno de 2h (intermináveis) já estávamos na base. Quando o Franc enxergou a 5ª estação os quatro avantureiros vibraram tanto quanto na chegada ao cume!  

 

Os joelhos doíam muito, pois além do cansaço anterior a descida exige muito, pois é bem íngreme, através de outra rota (feita de pedrinhas que fazem você ir resbalando). Logo, muito mais pressão nas pernas e joelhos. Além dos 10kg a mais carregados pelo Ezequiel, visto a mochila e roupas molhadas.

 

Enfim, chegamos a base na 5ª estação. Quase caiu uma lágrima!

 

Resumo final: a caminhada mais exaustiva de nossas vidas, sem dúvida. Levamos 8,5h (sendo 1,5 de parada) para subir e mais 2h para descer. Totalizando 10,5h de trilha.

 

O efeito da altitude, chuva e vento fazem você ficar muito pesado e sentir muito frio, mesmo caminhando. As paradas constantes eram cronometradas para não serem maior do que 10-15 min, conforme recomendado para não cansarmos mais e não deixar o corpo esfriar.

 

Em alguns momentos nós tínhamos que parar, de 30 em 30 metros  para respirar porque o oxigênio não era suficiente. Deve-se caminhar devagar e sempre. Mesmo assim não se fez necessário o uso de oxigênio complementar que algumas pessoas levam na subida.

 

Não vimos nada lá em cima, mas toda a subida foi bem interessante apesar de difícil. Encontramos dois amigos com quem nos correspondemos até hoje. Além disso, trouxemos duas sacolas de lixo que fomos juntando na volta do percurso. Ou seja, será que não valeu em nada a nossa subida? Será que não ter visto a paisagem lá de cima invalida o esforço da conquista? Com certeza, não. Conquistamos uma das metas da viagem. O esforço foi maior do que imaginado, mas valeu a pena pelo que representa essa vitória! Hoje podemos afirmar que já conquistamos o Monte Fuji e foi debaixo d’água e de mau tempo (e de bombacha!).

 

Gabriela e Ezequiel

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Felizes no topo!

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No caminho

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Flechas apontando caminho

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Escuridão total

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No topo!!

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No topo com o Franc (australiano)

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com o Peitza (filandês)

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Descida: início da luz do dia

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Trem panorâmico: retornando para Narita

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